EXTRA-EXTRA: UNIÃO EUROPEIA FECHA ACORDO COM EUA E ENSINA O BRASIL A FAZER DIPLOMACIA DE VERDADE

POR TIAGO HÉLCIAS


Um Brinde ao Xadrez Diplomático… Feito Sem o Brasil

Enquanto os europeus brindam com whisky envelhecido nas Highlands, celebrando um acordo bilionário que reduz tarifas e injeta grana pesada nos dois lados do Atlântico, o Brasil observa tudo da arquibancada — sem nem ter comprado ingresso. A União Europeia, com a habilidade de quem joga xadrez político com taça na mão, conseguiu nesse domingo, 27 de Julho, algo que, sinceramente, é de aplaudir: cortaram tarifas de importação pela metade com os EUA e ainda garantiram acesso ao bolo de US$ 600 bilhões do Inflation Reduction Act.

Sim, meus amigos. Isso mesmo: a grana que os EUA separaram para impulsionar a sua indústria verde agora também vai beneficiar empresas europeias. E como? Com diplomacia de verdade — daquela com comissários em campo, reuniões estratégicas, e, claro, zero ideologia barata. Ursula von der Leyen esteve pessoalmente na Escócia para negociar com os americanos, e voltou com mais que um brinde na bagagem: voltou com um acordo histórico que blinda setores industriais, agrícolas e tecnológicos da UE.

Enquanto Isso, a Europa Joga o Jogo Certo

É bom destrinchar esse acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos — até porque ele revela o abismo que nos separa de quem joga o jogo geopolítico com seriedade. A UE, liderada por Ursula von der Leyen, conseguiu muito mais do que um corte de tarifas: ela abriu para suas empresas as portas do pacote trilionário de transição energética americana, o Inflation Reduction Act, que prevê até US$ 600 bilhões em subsídios, incentivos e compras públicas para tecnologias limpas e cadeias produtivas sustentáveis. Só que tem um detalhe: para ter acesso ao bolo, o produto precisa vir de “parceiros confiáveis” — e a UE, agora, está carimbada como tal. Isso significa que empresas europeias vão poder participar de contratos, leilões, e receber subsídios nos EUA — desde que utilizem materiais e processos com selo europeu. Ou seja: não é só um acordo comercial. É uma blindagem econômica, industrial e estratégica de longo prazo. A Europa garantiu mercado, previsibilidade e influência. E tudo isso não caiu do céu. Foi negociação em alto nível, com articulação política pesada, gente qualificada e presença física. Enquanto isso, o Brasil parece achar que diplomacia se faz com tweet do Itamaraty ou discurso sobre “solidariedade entre os povos do Sul Global”. Resultado: levamos 50% de tarifa na cara e ficamos de fora do maior plano de reindustrialização verde do planeta.

O Brasil? Finge que Está Tudo Bem

Enquanto isso, o Itamaraty parece que ainda está discutindo se compra passagem para Washington ou se manda um e-mail mesmo. A poucos dias da entrada em vigor do tarifaço americano (sim, 50% de imposto sobre tudo que for exportado do Brasil para os EUA), ninguém no Planalto parece saber o que fazer.

Nem Itamaraty, nem Ministério da Indústria e Comércio, muito menos o Palácio do Planalto se pronunciaram com clareza. Nos bastidores, fala-se em “tentativas tímidas de negociação” via canais diplomáticos secundários — sem nenhum enviado especial, sem ministro batendo na porta da Casa Branca, sem sequer uma agenda formal divulgada.

É isso: o Brasil dorme em berço esplêndido enquanto o mundo corre atrás de acordos bilionários.

Militância Seletiva: Cadê o Grito Agora?

E aqui entra o ponto que traz revolta — e que precisa ser dito: cadê a militância “progressista” para criticar a Venezuela?

Quando é os EUA aplicando sanções, a gritaria vem em coro: “imperialismo!”, “ingerência!”, “ataque à soberania!”. Mas agora, quando a própria Venezuela impõe tarifas de até 77% sobre produtos brasileiros, o silêncio é ensurdecedor.

Ao que me parece, nenhuma nota do PT. Nenhuma indignação no X (antigo Twitter). Nenhum “analista internacional” da bolha vermelha explicando como isso se encaixa na tal integração latino-americana. O silêncio de Lula sobre a taxação venezuelana chega a ser constrangedor — mais ainda quando lembramos que foi ele quem bancou, com gosto, a reaproximação com o regime de Maduro.

“Somos irmãos latino-americanos”, diziam. Agora somos irmãos que cobram caro pra ajudar.

O Tarifaço e o Abismo da Inércia

E o tarifaço dos EUA? Ao que tudo indica, vai mesmo começar agora em 1º de agosto, e vai atingir de cheio setores como:

  1. Agroindústria (soja, carne, milho)
  2. Aviação (com Embraer na linha de tiro)
  3. Mineração e siderurgia
  4. Indústria farmacêutica e química

Com os EUA sendo o segundo maior parceiro comercial do Brasil (atrás só da China), o impacto é de bilhões de dólares. Empresas já estão reavaliando contratos. Investidores estão com o pé atrás. E o governo? Está mais preocupado em defender ditaduras do que em defender exportadores brasileiros.

Se fosse um governo “de direita” levando esse passa-moleque internacional, a esquerda já estaria nas redes exigindo CPI, impeachment e convocando ato na Paulista. Mas como é “companheiro”, ninguém solta a mão de ninguém. Nem quando o prejuízo vem na casa dos bilhões.

Conclusão: A Conta Chegou — e a Culpa Também

A verdade é essa: enquanto o mundo negocia com inteligência, o Brasil assina manifestos diplomáticos ideológicos. Enquanto outros países lutam por competitividade, a gente posa de irmão latino, mas leva facada nas costas do “irmão” venezuelano.

A diplomacia brasileira, hoje, é um amontoado de frases feitas, selfies em cúpulas multilaterais e uma cegueira ideológica que nos custa caro — muito caro.

E se você, militante, está lendo isso e ainda acha que tudo isso é exagero… faz o seguinte: vai lá na fronteira com a Venezuela vender seus produtos com 70% de imposto e depois me conta como foi. Só não esquece de levar um abraço do Lula pro Maduro.

Tiago Hélcias é jornalista com quase três décadas de vivência no front da notícia — do calor das ruas aos bastidores da política. Atua como apresentador, redator e produtor de conteúdo em rádio, TV e plataformas digitais. É pós-graduado em Marketing Político, especialista em Comunicação Assertiva e mestrando em Comunicação Digital em Portugal.

Aqui no blog, escreve com liberdade, opinião e um compromisso claro: provocar o leitor a pensar fora da caixa.

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